Imagem: Redemet (Reprodução)
Imagem do radar meteorológico mostra que, ontem, houve só pancadas de chuvas isoladas (nas áreas coloridas). Em Santa Maria, choveu em Camobi e outros bairros, mas não em boa parte do interior
Santa Maria registrou ontem um chuva de 2,8 milímetros, mas só em alguns pontos. Mesmo assim, já fazem quase duas semanas desde a última chuva expressiva que caiu sobre as lavouras da região. Foi um alento aos produtores. No entanto, os dias seguidos de calor e sol intensos voltaram a trazer preocupações para os agricultores, principalmente para o cultivo da soja. Conforme o engenheiro agrônomo do escritório regional da Emater em Santa Maria, Luiz Antônio Rocha Barcellos, se não voltar a chover bem dentro dos próximos 15 dias, prejuízos devem ser contabilizados nas plantações.
- A soja vai entrar em período reprodutivo, entre floração, formação da vagem e enchimento de grão, e há sim uma preocupação porque as chuvas estão esparsas. Seria muito importante uma precipitação de, no mínimo, 20 milímetros para que não haja perdas - avalia o agrônomo.
Na região, algumas cidades estão em situações melhores do que em Santa Maria, como é o caso de Faxinal do Soturno. Segundo o engenheiro agrônomo da Emater daquele município, Leonardo Brondani, a área de soja (1,3 mil hectares) e a de arroz (2 mil) ainda estão estáveis.
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- Mesmo que as chuvas tenham ocorrido esparsas em diferentes localidades do município, elas estão mais frequentes do que em Santa Maria, o que deixa a situação dessas lavouras um pouco melhor. Mas estamos sempre de olho. É preciso que volte a chover, no máximo, em 15 dias. Esperamos que essa previsão do final de semana venha em boa quantidade - diz Brondani.
Em Júlio de Castilhos, conforme a técnica da Emater do município, Elizangela Zancan, a falta de chuvas ainda não gera perdas as cercas de 700 famílias atendidas.
- Já faz mais de 15 dias que não chove no município. Os produtores já estão se queixando bastante. Ainda não registramos perdas nas lavouras - comenta.
Um dos casos mais graves é em São Vicente do Sul. Conforme o engenheiro agrônomo do município, Crescêncio Medeiros, algumas áreas precisam de chuva com urgência.
- Hoje a situação é crítica em alguns pontos mais isolados, principalmente onde o solo é arenoso. Dá para ver que nesses pontos, as plantas pararam o crescimento. O ideal seria uma chuva de pelo menos 20mm nos próximos três dias - revela Medeiros.
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No interior de São Sepé, o produtor Marcos Vinícius Della Giustina, 33 anos, considera como aceitável a situação dos 600 hectares de lavoura que cultiva.
- A última chuva foi boa. O solo ainda reserva um pouco de umidade. Mesmo assim, um nova chuva seria bem-vinda para não secar, já que a planta está em fase floração. Algumas perdas devem ter, principalmente por causa da estiagem na fase inicial do plantio, a de crescimento - diz o agricultor.
Conforme informações da Somar Meteorologia, há previsão de 5 milímetros para hoje, 5mm para amanhã, 15mm para o domingo e, novamente, 5 mm para segunda-feira em Santa Maria.
Enquanto a chuva não vem, a Defesa Civil segue a distribuição de água nas localidades de Rincão dos Brasil, Passo do Raimundo, Cezar Pina, Santa Flora e Palma, no interior do município.
Conforme o coordenador setorial do órgão, Zaluar Soares, são atendidas cerca de 45 famílias sempre às quartas, quintas e sextas-feiras.
- O caminhão-pipa faz entre três e quatro viagens em cada um desses dias, levando 4 mil litros por viagem. Só em janeiro, foram distribuídos 96 mil litros de água. E, pelo jeito, esse mês deve ser ainda mais - diz Soares.